quarta-feira, 27 de julho de 2011

Festa e circulação nos ensaios da bateria: redes e a “genealogia do samba” do carnaval curitibano

Texto apresentado na IX Reunião de Antropologia do Mercosul, "Culturas, Encontros e Desigualdades" em Curitiba, ocorrido entre os dias 10 e 13 de julho de 2011.
Resumo
Os ensaios de bateria das escolas de samba não são lugares destinados apenas ao aprimoramento técnico musical, mas são eventos privilegiados para a observação de certos aspectos da estrutura carnavalesca de Curitiba: a existência de redes de sociabilidade, circulação de pessoas e saberes no mundo carnavalesco. Para essa comunicação, ressaltaremos o espaço dos ensaios como lócus de efetivação do sentimento de pertencimento e da construção de genealogias carnavalescas. Para tanto, acompanhamos os ciclos carnavalescos de 2008/2009 e 2009/2010 quando as escolas de samba do grupo A de Curitiba iniciaram seus ensaios de bateria entre os meses de novembro e dezembro. Durante esse período, elegeram suas rainhas e
madrinhas, assim como apresentaram seus sambas de enredo. Essas festas são eventos que promovem a presença de pessoas “de fora” e incentivam as visitas das escolas co-irmãs.


Texto completo disponível em: http://www.ram2011.org/

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Entre "centro" e "periferias": o Carnaval e as disputas do espaço urbano em Curitiba

Boa tarde,
Compartilho aqui o trabalho apresentado na IX Reunião de Antropologia do Mercosul (RAM), realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
São algumas idéias após dois anos de pesquisa com as escolas participantes do carnaval curitibano, que serão desenvolvidas na pesquisa no mestrado.

Resumo:
Este trabalho trata da disputa do espaço urbano em Curitiba, com a problematização das relações de “centro” e “periferia” da cidade percebidas através da pesquisa etnográfica realizada com as escolas de samba nos carnavais de 2009 e 2010. Na maioria, elas são constituídas por moradores das áreas periféricas, onde realizam suas atividades, para numa noite desfilarem próximo à região central. O carnaval se desenvolve de modo dramático, suas especificidades de produção e de “relacionamento” com a cidade envolvente, nos fazem pensar sobre qual é o “lugar” do popular em Curitiba. Conhecida por seu planejamento urbano e a construção de sua imagem, são inúmeros anedotários sobre a inexistência da festa carnavalesca. Propomos pensar sobre a construção da cidade além dos equipamentos físicos, mas a partir deles a construção do conceito de “cultura local” curitibano e as disputas do espaço urbano.

Trabalho completo disponível em: http://www.sistemasmart.com.br/ram/arquivos/16_6_2011_14_31_51.pdf


Abraços,
Caroline Blum. "Mema".

sexta-feira, 1 de julho de 2011














A partir dos anos 1920 e 1930 aconteceu uma verdadeira explosão de bailes de carnaval em Curitiba, diversos clubes passaram a organizar bailes carnavalescos na cidade, entre eles, o Graciosa Country Club, o Coritiba Foot Ball Club, o Clube Atlético,
o Círculo Militar, o Selecto e o Concórdia. Nesse período, as atividades momescas passaram a ser mais planejadas, surgiam os blocos carnavalescos. Os blocos se formavam nos clubes e, geralmente, eram originários de grêmios de jovens já existentes. O Grêmio das Violetas era uma associação exclusivamente feminina que surgiu em 1894 no Clube Curitibano. As moças não se reuniam apenas no carnaval, de acordo com Roselys Roderjan, o grupo durou por mais de setenta anos promovendo uma série de atividades artísticas, especialmente recitais.
Os festejos pré-carnavalescos iniciavam já nos meados de janeiro. Os grêmios que reuniam os jovens da época programavam reuniões em casas de família para tratar das fantasias planejavam as fantasias e se organizavam em blocos, alguns deles com cinquenta casais. Desses grupos, os mais famosos, que reunia muitos que hoje ocupam ou ocuparam cargos importantes na política e na educação, foram o Grêmio do Buquet, o Grêmio das Violetas, o dos Sírio- Libaneses, dos Alemães, dos Italianos e dos Polacos. Geralmente as reuniões acabavam num animado baile. Também as sociedades programavam matines aos domingos e saraus aos sábados dentro do espírito carnavalesco (GLUCK, Lúcia. O carnaval já foi assim. O Estado do Paraná. 25 de março de 1968).